Porque cada dia tem o seu próprio fado ...

viernes, 28 de noviembre de 2008

ah fadista!

"Ó gente da minha terra" a um metro de distância...muito obrigada, Mariza!
A quien le guste el fado le gustará Mariza y la habrá escuchado infinidad de veces. Pero ¿ quién ha visto y escuchado a Mariza en directo, en concierto, cara a cara?
Yo fui, junto con mi mujer, una de esas personas privilegiadas que estuvo en el Palau de la Música. Jamás sentí nada parecido. Mariza y su voz lo llenaron todo, iluminaron nuestros corazones haciéndolos vibrar de melancolía y alegría de vivir.
Durante más de dos horas horas nos llevó de viaje con ella, de la mano, un viaje por el alma.
Su aparición en el escenario fue sosegada, humilde, sin divismos, ella es el pueblo y sus orígenes así lo confirman. Me preocupó su extrema delgadez, pero con la primera canción disipó mis dudas y nos inyectó a todos su energía. Recuerdo sus caderas al son de ritmos mozambiqueños, ¡quién fuera rosa branca!. Nos dejó maravillados con Primavera, Meu fado meu y otras tantas. Pero el colofón lo puso con Ó gente da minha terra, sentada en el borde del escenario, donde nos rompió el corazón con su poderosa voz. Y qué potencia de voz, nos dejó sin palabras cuando nos regaló Zanguei-me com o meu amor, ¡sin micro!. Su sola voz bastaba para llenar todo el Palau. Me hizo desear más y más canciones, por nada del mundo quería que acabara aquella noche mágica,quería verla siempre así, bella, majestuosa, artista... No mueras nunca Mariza, no cambies nunca.


"É meu e vosso este fado
Destino que nos amarra
Por mais que seja negado
Às cordas de uma guitarra

Sempre que se ouve o gemido
De uma guitarra a cantar
Fica-se logo perdido
Com vontade de chorar

Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que a recebi

E pareceria ternura
Se eu me deixasse embalar
Era maior a amargura
Menos triste o meu cantar

Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que a recebi"

(Amália Rodrigues/Tiago Machado)


sábado, 15 de noviembre de 2008

chuva

E eis que ela bate no vidro...
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade
(Jorge Fernando)

viernes, 14 de noviembre de 2008

os velhos amantes

nasci em ti todos os dias...
Amor que grita, amor que cala
amor que ri, amor que chora
mil vezes eu peguei na mala
mil vezes tu te foste embora
E tanto barco a ir ao fundo
tornava o mar da nossa casa
em oceano de loucura
quando oscilava o nosso mundo
eu perdia o golpe de asa
e tu o gosto da aventura
Ai meu amor amargo doce e deslumbrante amor
amorà chuva, amor em sol maior
amor demais amor eterno
Conheço bem os teus desejos
e tu as minhas fantasias
morreste em mim todos os beijos
nasci em ti todos os dias
Se muita vez fomos traição
e muita vez mudou o vento
e muito gesto foi insulto
em tanta dor de mão-em-mão
nós aprendemos o talento
de envelhecer sem ser adultos
Ai meu amor amargo doce e deslumbrante amor
amor à chuva, amor em sol maior
amor demais amor eterno
Equanto mais o tempo passa
e quanto mais a vida flui
e quanto mais se perde a graça
do que tu foste e da que eufui
Mais a ternura nos aperta
mais a palavra fica certa
mais o amor toma lugar
envelhecemos mais depressa
mas nos teus olhos a promessa
vai-se cumprindo devagar
Ai meu amor amargo doce e deslumbrante amor
amorà chuva, amor em sol maior
amor demais amor eterno.

(Jacques Brel/Rosa Lobato Faria)