Porque cada dia tem o seu próprio fado ...

sábado, 25 de abril de 2009

rosa vermelha

trago uma rosa vermelha...
Trago uma rosa vermelha
Aberta dentro do peito
Eu já nem sei se é comigo
Se é contigo que me deito
A minha rosa vermelha
Mais parece uma romã
Pois quando aberta de noite
Não se fecha p’la manhã
Trago uma rosa vermelha
Na minha boca encarnada
Quem me dera ser abelha
De tua boca fechada
Trago uma rosa vermelha
Não preciso de mais nada
Pus uma rosa vermelha
Na fogueira do teu rosto
Mereço ser condenada
Por crime de fogo posto
Trago uma rosa vermelha
Que é minha condenação
Condenada a vida inteira
Á fogueira da paixão
Trago uma rosa vermelha
Atrevida e perfumada
É uma rosa vaidosa
A minha rosa encarnada
Trago uma rosa vermelha
Não preciso de mais nada
(Ary dos Santos / Alain Oulman)

viernes, 17 de abril de 2009

primavera

Diga que sim ou que não...
Todo o amor que nos prendera
Como se fora de cera
Se quebrava e desfazia.
Ai funesta primavera,
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia.
E condenaram-me a tanto,
Viver comigo o meu pranto,
Viver, e viver sem ti,
Vivendo sem no entanto
Eu me esquecer desses encanto
Que nesse dia perdi.
Pão duro da solidão
É somente o que nos dão a comer.
Que importa que o coração
Diga que sim ou que não
Se continua a viver.
Todo o amor que nos prendera
Se quebrara e desfizera,
Em pavor se convertia.
Ninguém fale em primavera,
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia.
(David Mourão Ferreira)

sábado, 4 de abril de 2009

havemos de ir a Viana

ó meu amor de algum dia...

Entre sombras misteriosas

em rompendo ao longe estrelas

trocaremos nossas rosas

para depois esquecê-las.


Se o meu sangue não me engana

como engana a fantasia

havemos de ir a Viana

ó meu amor de algum dia

ó meu amor de algum dia

havemos de ir a Viana

se o meu sangue não me engana

havemos de ir a Viana.


Partamos de flor ao peito

que o amor é como o vento

quem pára perde-lhe o jeito

e morre a todo o momento.


Se o meu sangue não me engana

como engana a fantasia

havemos de ir a Viana

ó meu amor de algum dia

ó meu amor de algum dia

havemos de ir a Viana

se o meu sangue não me engana

havemos de ir a Viana.


Ciganos, verdes ciganos

deixai-me com esta crença

os pecados têm vinte anos

os remorços têm oitenta.

(Pedro Homem de Melo/Alain Oulman)